Os pulmões são os órgãos fundamentais da respiração. Dispostos um de cada lado do tórax e separados um do outro pelo coração e outras estruturas do mediastino. O parênquima pulmonar é leve, poroso, de textura esponjosa. Se colocado na água, bóia. Crepita quando manipulado, devido a presença de ar no interior dos alvéolos.

É muito elástico, tanto que retraem quando removidos da cavidade fechada do tórax. Sua superfície é lisa, brilhosa e marcada com inúmeros poliedros, indicando os lóbulos pulmonares.

Pulmões

No nascimento os pulmões são rosados, no adulto fica recoberto de manchas acinzentadas e ao avançar da idade essas manchas adquirem cor negra. A substância responsável pela coloração escurecida são grânulos de deposito de carbono depositados no tecido areolar próximo a superfície do órgão.

Aumenta em quantidade com o passar dos anos e é mais abundante em homens do que em mulheres. Como uma regra, a superfície posterior do pulmão é mais escura do que a superfície anterior.

O pulmão direito pesa aproximadamente 625 gramas e o esquerdo 567 gramas, mas varia de acordo com a quantidade de sangue e fluído no seu interior. São mais pesados no homem do que na mulher.

Cada pulmão tem formato cônico e apresenta um ápice e uma base, três margens e duas superfícies.

O Ápice Pulmonar é arredondado e se insinua pela base do pescoço, alcançando 2,5 a 4 cm acima do nível do esterno e da 1º costela. Um sulco produzido pela artéria subclávia, quando ela se curva sobre a pleura, corre para cima e lateralmente imediatamente abaixo do ápice.

A Base Pulmonar é larga e ampla, de formato côncavo, repousa sobre a superfície convexa do diafragma, que separa o pulmão direito do lobo hepático direito, e o pulmão esquerdo do lobo hepático esquerdo, estômago e baço. Sendo o diafragma mais alto a direita do que a esquerda, a concavidade na base do pulmão direito é mais profundo do que no pulmão esquerdo.

Lateralmente e posteriormente, a base é circundada por uma margem fina que se projeta por certa distância no recesso costofrênico da pleura, entre as últimas costelas e a inserção diafragmática no tórax. Com o movimento do diafragma, a base pulmonar se eleva durante a expiração e rebaixa durante a inspiração.

A Superfície Costal é lisa, convexa, de extensão considerável, adquirindo a aspecto correspondente a cavidade torácica, sendo maior na parte posterior do que na anterior. Está em contato com a pleura costal, e apresenta em peças preparadas em cadáveres, sulcos correspondentes as costelas que a recobre.

A Superfície Mediastinal está em contato com a pleura mediastinal. Possui uma concavidade profunda, a impressão cardíaca, que acomoda o pericárdio; ela é maior e mais acentuada no pulmão esquerdo do que no direito, por conta da projeção cardíaca ser mais acentuada para esquerda.

Superior e posteriormente esta concavidade se torna triangular e recebe o nome de hilo pulmonar, onde as estruturas do pedículo pulmonar entram e saem da víscera. Essas estruturas estão revestidas pela pleura, a qual, abaixo do hilo a posterior a impressão cardíaca, forma o ligamento pulmonar.

No pulmão direito, imediatamente acima do hilo, existe uma depressão arqueada que acomoda a veia ázigos, enquanto se caminha superiormente e depois arqueando lateralmente a certa distancia do abaixo do ápice, encontra-se um largo sulco para a veia cava superior e veia braquicefálica. Posterior a essa estrutura e próximo ao ápice, existe um reentrância para o tronco braquiocefálico.

Posterior ao hilo e a fixação do ligamento pulmonar existe um sulco vertical para o esôfago, este sulco se torna menos distinto a medida que o esôfago desce pelo tórax, devido a inclinação que o esôfago faz para a esquerda na sua porção mais distal. Em frente e a direita da porção distal do sulco esofágico, existe outra grande depressão para a porção extra-pericárdica da veia cava inferior.

No pulmão esquerdo, imediatamente acima do hilo, encontra-se uma depressão curva e bem demarcada desenhada pela crossa da aorta, e subindo em direção ao ápice achamos outro sulco acomodando a artéria subclávia esquerda.

Posterior ao hilo e ligamento pulmonar vemos um sulco vertical produzido pela aorta descendente, e anterior à ele, próximo a base pulmonar, porção mais distal do esôfago causa uma impressão leve na superfície mediastinal do pulmão esquerdo.

A Margem Inferior é fina e aguda, onde se separa da base na superfície costal e se estende no recesso costofrênico, medialmente onde ela se divide da base para superfície mediastinal ela é romba.

A Margem Posterior é larga e arredondada, está alojada na concavidade de cada lado da coluna vertebral. É mais longa que a margem anterior e se projeta, inferiormente no recesso costofrênico.

A Margem Anterior é fina e aguda, recobre anteriormente o pericárdio. A margem anterior do pulmão é quase vertical e se projeta no recesso costo-mediastinal. No pulmão esquerdo, a parte inferior da margem anterior apresenta uma incisura, a incisura cardíaca, no qual o pericárdio fica exposto.

Pulmão Direito

Pulmão Esquerdo

As Fissuras e os Lobos Pulmonares

pulmão esquerdo é dividido em dois lobos, um superior e outro inferior, pela fissura interlobular ou fissura oblíqua, que se estende da face costal até a mediastinal acima e abaixo do hilo. Vista na superfície pulmonar, a fissura começa na face mediastinal acima e posteriormente ao hilo e corre para baixo e inferiormente em direção ao encontro da margem inferior. Ela estende-se para baixo e para frente num sentido oblíquo quando vista pela face costal.

O lobo superior se situa acima e a frente dessa fissura, inclui o ápice pulmonar, a margem anterior, e uma parte considerável da face costal e grande parta da face mediastinal do pulmão esquerdo. O lobo inferior, o maior dos dois, está situado abaixo e atrás da fissura oblíqua, e compreende quase que toda a base do pulmão esquerdo, grande parte da face costal e a maior parte da margem posterior.

pulmão direito é dividido em três lobos, superior, médio e inferior por duas fissuras interlobares. Uma delas, a fissura oblíqua, separa o lobo inferior do lobo médio e superior e corresponde, em termos, a fissura do pulmão esquerdo. Sua direção, no entanto, é mais vertical e corta a margem inferior aproximadamente 7,5cm a trás da extremidade anterior.

A outra, a fissura horizontal, separa o lobo superior do lobo médio. Começa na fissura oblíqua, próximo a margem posterior e caminha horizontalmente para frente, encontrando a margem anterior no nível do esterno e da 4º cartilagem costal.

O lobo médio é o menor lobo do pulmão direito, possui um formato de fatia de bolo, e inclui a porção inferior da margem anterior e a parte anterior da base pulmonar.

O pulmão direito, embora menor por 2,5cm de diferença, em conseqüência do diafragma ser mais alto desde lado do que do lado esquerdo, é mais largo pelo fato do coração estar mais inclinado para o lado esquerdo. Sua capacidade funcional é maior e pesa mais do que o pulmão esquerdo.

O Pedículo Pulmonar

Um pouco acima do meio da face mediastinal de cada pulmão e mais posterior do que anterior, encontramos o pedículo pulmonar, pelo qual o pulmão encontra-se conectado a traquéia e ao coração. Ele é formado pelo brônquio, artéria pulmonar, veias pulmonares, artérias e veias brônquicas, plexo venoso pulmonar, vasos linfáticos, linfonodos e tecido areolar, tudo isso envolvido pela reflexão da pleura.

O pedículo do pulmão direito encontra-se posteriormente a veia cava superior e parte do átrio direito, e inferiormente a veia ázigos. O pedículo do pulmão esquerdo passa inferiormente a crossa da aorta e anteriormente a aorta descendente.

O nervo frênico, a artéria e veia pericárdio-frênica, e o plexo pulmonar anterior encontram-se anteriormente ao pedículo deste lado; enquanto o nervo vago e o plexo pulmonar posterior localizam-se atrás dele. Abaixo de cada pedículo encontramos o ligamento pulmonar.

As estruturas principais que compõem a pedículo pulmonar de cada pulmão estão dispostas de maneira similar. As duas veias pulmonares mais superiores anteriormente, a artéria pulmonar no meio e os brônquios com seus feixe vascular posteriormente.

Esse arranjo difere apenas pela seguinte disposição.

Do lado direito a posição é, de cima para baixo: brônquio lobo superior, artéria pulmonar, brônquios do lobo médio e inferior e veias pulmonares.

Do lado esquerdo a posição é, de cima para baixo: artéria pulmonar, brônquio e veias pulmonares. As mais inferior das duas veias pulmonares está situada inferiormente ao brônquio, no ápice da extremidade inferior do hilo.

Divisão dos Brônquios

Broncograma – Segmentos pulmonares direitos

Assim como os pulmões diferem um do outro em número de lobos, os brônquios também diferem nas ramificações.

Brônquio Direito dá, após 2,5cm da bifurcação da traquéia, origem o ramo para o lobo superior. Esse ramo origina-se acima do nível da artéria pulmonar e recebe também o nome de brônquio epiarterial. Todas as outra divisões do brônquio fonte originam-se abaixo da artéria pulmonar e conseqüentemente são denominados brônquios hipoarteriais.

O primeiro deles se dirige ao lobo médio, e o brônquio principal então passa inferior e posteriormente para o lobo inferior, dando origem durante sua trajetória uma série de ramos calibrosos ventrais e pequenos ramos dorsais.

Os ramos ventrais e dorsais originam-se alternadamente, e são usualmente em número de oito, quatro de cada tipo. O ramo do lobo médio é considerado como o primeiro dos ramos ventrais.

Brônquio Esquerdo passa inferiormente a artéria pulmonar antes de se dividir, logo todos os seus ramos são hipoarteriais. O primeiro ramo do brônquio esquerdo surge aproximadamente 5cm da bifurcação da traquéia e é endereçado ao lobo superior.

O brônquio fonte adentra o lobo inferior, onde se divide em ramos ventrais e dorsais de modo similar ao brônquio direito. O ramo do lobo superior do pulmão esquerdo é considerado o primeiro dos ramos ventrais.

Vias aéreas e as divisões segmentares dos brônquios

Segmentação Pulmonar

A Estrutura Pulmonar

Os pulmões são compostos por uma capa serosa (pleura visceral), um tecido subseroso areolar e a substância pulmonar ou parênquima pulmonar.

pleura pulmonar já foi detalhada anteriormente; é uma serosa fina que recobre todo o pulmão até sua reflexão no pedículo.

tecido subseroso areolar contém inúmeras fibras elásticas, recobrindo toda superfície pulmonar, entendendo-se para dentro do parênquima, entre os lóbulos pulmonares.

O parênquima pulmonar é composto lóbulos secundários, que embora intimamente conectados por tecido areolar interlobular, são bem distintos um dos outros. Esses lóbulos secundários variam em tamanho, aqueles da superfície são maiores, de formato piramidal, com base voltada para superfície; os localizados no interior do parênquima são menores, com formas variadas.

Cada lóbulo secundário é composto por inúmeros lóbulos por vários lóbulos primários, a unidade anatômica do pulmão. O lóbulo primário é composto por um ducto alveolar, os espaços aéreos unidos uns aos outros a aos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.

Os brônquios intrapulmonares dividem-se e subdividem-se por todo órgão, sendo os bronquíolos lobulares as menores subdivisões.

As maiores divisões são compostas por: 1 – uma camada externa de tecido fibroso no qual encontramos a intervalos irregulares placas de cartilagem hialina, a maioria desenvolvida ao final da divisão; 2 – uma camada interna de tecido muscular liso disposto de forma circular, o músculo bronquial; 3 – uma membrana mucosa de epitélio colunar ciliado disposto sobre uma membrana basal, recobrindo dessa forma a luz desses brônquios e bronquíolos.

corium da membrana mucosa contém numerosas fibras elásticas correndo longitudinalmente, certa quantidade de tecido linfóide e glândulas produtoras de muco com seus ácinos repousando sobre a camada fibrosa.

Os bronquíolos lobulares diferem dos grandes ductos por não conterem cartilagem e as células epiteliais serem cúbicas e não colunares. Possuem diâmetro médio de 0,2mm.

Cada bronquíolo se divide em dois ou mais bronquíolos respiratórios, com alguns alvéolos dispersos, e cada um deles se divide novamente em vários ductos alveolares, com grande número de alvéolos conectados à eles. Cada ducto alveolar está ligado com um numerosos espaços esféricos irregulares, que também possuem alvéolo, a atria.

Com cada atrium um número variado (2 a 5) de sacos alveolares se unem a todas as partes de suas circunferências alveolares ou saco alveolar.

Os alvéolos estão revestidos por uma delicada camada de epitélio escamoso simples. Entre as escamas encontramos células nucleadas, pequenas e poligonais. Na face interna do epitélio encontra-se um delicado tecido conectivo contendo numerosas fibras elásticas e uma rede de capilares sanguíneos em intima relação, formando uma unidade com o alvéolo adjacente.

O pulmão do feto lembra uma glândula na qual o alvéolo possui um lúmen pequeno e é recoberto por epitélio cúbico. Após a primeira inspiração o alvéolo se distende e o epitélio adquiri o aspecto descrito acima.

A unidade respiratória

Os Vasos e Nervos

A artéria pulmonar leva sangue venoso ao pulmonar; se divide em ramos que acompanham os brônquios e terminam numa densa rede capilar na parede de cada alvéolo. No pulmão os ramos da artéria pulmonar estão usualmente acima e na frente de cada brônquio e a veia abaixo.

Os capilares pulmonares formam plexos que se encontram imediatamente abaixo do epitélio alveolar, na parede alveolar, septo alveolar e infundíbulo. No septo entre os alvéolos a rede capilar forma uma camada única.

Os capilares formam uma diminuta rede, essa malha é menor que os vasos propriamente ditos, sua parede é também muito fina. A artéria dos lóbulos visinhos são independentes uma da outra, mas as veias se anastomosam livremente.

As veias pulmonares têm início nos capilares pulmonares, os pequenos vasos coalescem em vasos maiores que correm pelo parênquima pulmonar independentemente das artérias pulmonares e brônquios.

Após livremente se comunicarem com outros ramos elas formam vasos maiores, os quais passam a ter relação com as artérias e brônquios e os acompanham até a saída pelo hilo pulmonar.

Finalmente elas abrem-se no átrio esquerdo do coração, levando sangue rico em oxigênio à ser distribuído por todo o corpo pela aorta.

As artérias brônquicas são responsáveis pela vascularização do pulmão. As veias e artérias pulmonares não vascularizam o parênquima pulmonar, apenas os alvéolos.

Elas são ramos diretos da aorta descendente ou das artérias intercostais superiores. Acompanham os brônquios, sendo distribuídas durante seu trajeto pelas linfonodos brônquicos e vasos pulmonares.

Aquelas que nutrem os brônquios formam um plexo capilar na camada muscular, de cada qual novos ramos surgem para dar origem a um segundo plexo capilar na mucosa.

Esse plexo se comunica com pequenos troncos venosos que drenam para as veias pulmonares. Outras se distribuem no tecido areolar interlobular, e terminam nas veias brônquicas superficiais e profundas.

As veias brônquicas são formadas no pedículo pulmonar, recebendo as veias superficiais e profundas correspondentes dos ramos das artérias brônquicas. Elas, no entanto, não recebem todo o sangue levado pelas artérias brônquicas, já que parte desse sangue ganha a circulação da veia pulmonar.

As veias brônquicas drenam o sangue para a veia ázigos, no lado direito; e no lado esquerdo para veia hemi-azigos e para as veias intercostais nas porções mais proximais.

Os nervos do pulmão têm origem plexo pulmonar anterior e posterior, os quais são formados por ramos do nervo vago e do pelo simpático.

Os filamentos desses plexos acompanham os brônquios, suprindo fibras aferentes para a musculatura brônquica e fibras aferentes para a mucosa dos brônquios e bronquíolos.